segunda-feira, 29 de junho de 2020

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 1 - 1ª SEMANA - 2º ANO DO ENSINO MÉDIO - FILOSOFIA

O que é mito?
O mito é uma narrativa ou forma de expressar utilizada pelos povos mais antigos para explicar os fenômenos da natureza, as origens do mundo e do homem, enfim uma maneira que esses povos encontraram para entender sua realidade e relacionar-se com o sobrenatural.
Analisando os mitos, pode-se pensar que são histórias fantasiosas e não verdadeiras. Porém, para os povos antigos gregos, indígenas e demais povos tradicionais, os mitos tratam-se de uma maneira de explicar os diferentes elementos presentes no universo.
Os povos antigos encontram nos mitos uma forma de enfrentar a vida e afastar a angústia e o medo do desconhecido. Enfim, o mito tem um caráter simbólico e explicativo que permite às comunidades tradicionais compreender o mundo que as envolve.
Mitologia Grega
A mitologia é o estudo dos mitos, das suas origens e significados. A mitologia grega trata-se da maneira de pensar, conhecer e falar da cultura grega antiga.
Na Grécia antiga, os mitos eram recitados de memória pelos aedos e rapsodos, cantores ambulantes e poetas. Esses cantores e poetas eram considerados como portadores de uma verdade fundamental sobre a origem do universo, das leis etc. Os principais poetas gregos antigos eram conhecidos como Homero e Hesíodo. Esses poetas relatavam a história da cultura grega através das ações dos deuses, das figuras mitológicas e das aventuras e virtudes dos heróis.
Contudo, com o passar do tempo e com as mudanças culturais, sociais e políticas, as narrativas mitológicas foram sendo questionadas e substituídas por uma forma de pensar que exigia outros critérios para a explicação do mundo e do homem. Surge a Filosofia como busca de um conhecimento racional, sistemático e com validade universal.

A Filosofia nasceu no Ocidente
O pensamento filosófico surgiu na Grécia, no século VI a.C., mais propriamente nas colônias gregas, com os primeiros pensadores: Tales de Mileto, Pitágoras de Samos e Heráclito de Éfeso.
Diferentes de outros sábios, os primeiros filósofos gregos, mesmo quando sofriam influências religiosas, problematizavam a realidade: buscavam explicitar o princípio constituinte das coisas. Questionavam, por exemplo: qual é o ser de todas as coisas? Quando as coisas mudam, existe algo que permanece idêntico? O que é o movimento? Que tipos de mudança existem? As respostas dadas a essas questões sustentam-se pela razão (logos). O logos integra toda teoria que precisa ser fundamentada com argumentos. Por isso, dizemos que a Grécia foi o berço da filosofia.
Uma nova ordem humana
Alguns autores chamaram de "milagre grego'' a passagem da mentalidade mítica para o pensamento crítico racional e filosófico, destacando o caráter repentino e único desse processo. Outros estudiosos, no entanto, criticam essa visão simplista e afirmam que a filosofia na Grécia não é fruto de um salto, do "milagre" realizado por um povo privilegiado, mas é a culminação do processo gestado ao longo dos tempos.
No período arcaico (do século VIII ao VI a.C.), a Grécia passou por transformações muito específicos nas relações sociais e políticas, proporcionando a lenta passagem do mito para a reflexão filosófica. A nova visão do mundo e do indivíduo que então se esboçava resultou de inúmeros fatores, analisados pelo estudioso francês Jean-Pierre Vernant, como apresentamos na sequência.
a) A redescoberta da escrita: Em seu ressurgimento, a escrita assumiu função diferente. Suficientemente desligada da influência religiosa, passou a ser utilizada para formas mais democráticas de exercício do poder. A vantagem da escrita é que ela fixa a palavra para além de quem a proferiu, exige maior rigor e clareza, o que estimula o espírito crítico.
b) O surgimento da moeda: A moeda, inventada na Lídia - região da atual Turquia-, apareceu na Grécia por volta do século VII a.C., vindo facilitar os negócios e impulsionar o comércio. Além desse efeito político de democratização de um valor, a moeda sobrepunha aos símbolos sagrados e afetivos o caráter racional de sua concepção: a moeda representa uma convenção humana, noção abstrata de valor que estabelece a medida comum entre valores diferentes.
c) A lei escrita: Antes de tratarmos da transformação da pólis é preciso destacar a importância de legisladores como Drácon (séc. VII a.C.), Sólon e Clístenes (séc. VI a.C.), que sinalizaram uma nova era: a justiça, até então dependente da interpretação da vontade divina ou da arbitrariedade dos reis, tornou-se codificada numa legislação escrita. Regra comum a todos, norma racional, sujeita à discussão e à modificação, a lei escrita passou a encarnar uma dimensão propriamente humana.
d) O cidadão da pólis: O nascimento da pólis (a cidade-Estado grega), na passagem do século VIII para o século VII a. C., foi um acontecimento decisivo. O fato de ter como centro a ágora (praça pública), espaço onde eram debatidos assuntos de interesse comum, favorecia o desenvolvimento do discurso político. A pólis se fez pela autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, mas a palavra humana do conflito, da discussão, da argumentação.
e) A consolidação da democracia: Embora os regimes oligárquicos não tenham sido extirpados, em muitas pólis consolidaram-se os ideais democráticos. Entre elas, Atenas é um modelo clássico. O apogeu da democracia ateniense ocorreu no século V a.C., quando Péricles governava. Os cidadãos livres, ricos ou pobres, tinham acesso à assembleia. Tratava-se da democracia direta, em que não eram escolhidos representantes, mas cada cidadão participava diretamente das decisões de interesse comum.

Fonte: ARANHA, Maria L. de Arruda; MARTINS, Maria H. Pires. Filosofando: uma introdução à filosofia. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2016.

ATIVIDADES:
1. Faça uma entrevista com três pessoas (por favor: virtualmente, à distância, tá?) e pergunte: (SEED-Pr, 2006, p. 20)
a) O que elas entendem por mito?
O mito pode ser entendido como uma forma tradicional de explicação do mundo e dos acontecimentos que ocorrem na realidade. Não busca a veracidade dos fatos, mas sua explicação imediata, baseada na maioria das vezes, nas crenças sobrenaturais.  
b) Quais são os mitos que elas conhecem?
Alguns mitos ou lendas são bem conhecidos no Brasil, como por exemplo, o do lobisomem, mula sem cabeça e do boto cor de rosa.
c) Relate, por escrito, o mito que mais chamou a sua atenção.
Todos os mitos ou lendas acima citadas chamam a atenção pela forma que eles surgiram.

2. Construa duas colunas formulando uma explicação mítica à esquerda e outra racional à direita sobre um determinado fenômeno natural elencando, comparativamente, suas características. (SEED-Pr,2006, p. 20)
Até o surgimento da ciência muitos dos eventos que ocorriam no mundo eram explicados com base na vontade dos deuses e nas crenças religiosas. Vamos analisar um fenômeno natural elencando uma explicação mítica e outra racional. Exemplo do fenômeno: Ter uma boa colheita, pode ser de milho, feijão etc.
Explicação mítica para ter uma boa colheita:
Benção dos deuses ou deus; realização de sacrifícios e oferendas às divindades.
Explicação racional para ter uma boa colheita:
Preparar a terra (solo); adubar; contar com o clima favorável (sol e chuva); trabalhar em função do cuidado da terra e dos grãos.

3. Existe relação entre mito e realidade? (SEED-Pr, 2006, p. 22)
Sim, existe uma relação entre mito e realidade, principalmente para os povos antigos (comunidades tradicionais - quilombolas, indígenas; Grécia e Roma antiga etc.). O mito é basicamente uma narrativa para explicar os fenômenos incompreendidos presentes no cotidiano desses povos, baseando-se na vida do homem como parte do mundo e da natureza. Atualmente, os mitos adquirem novas configurações.
Por outro lado, podemos notar que a realidade estar para além das explicações mitológicas, pois ela pode ser apreendida por outras formas de explicação e não somente pelo mitos, os quais se concentram no uso de simbologias e até mesmo de seres sobrenaturais ou de situações fantasiosas para entender a realidade.

4. Qual a finalidade dos mitos para a humanidade? E, a partir disso, pense e registre o que pode significar a popularidade dos super-heróis hoje em nossa sociedade. (SEED-Pr, 2006, p. 22)
A finalidade dos mitos para a humanidade é contar ou desenvolver uma realidade que está para além da vida cotidiana, baseando-se em ideias que muitas vezes não condizem com o real. E isso tem muito a ver com a popularidade dos super-heróis, pois eles representam a aspiração ou o desejo do ser humano de fugir da sua própria realidade ou converter-se em algo mais. Os super-heróis apresentam características (virtudes) que o ser humano sempre espera ou aspira como bondade, justiça, honestidade etc.

5. Após compreender a definição de mitologia, filosofia e ciência, explique as diferenças entre esses três domínios.
A mitologia se ocupa do estudo dos mitos, das suas origens e significados. A mitologia não se preocupa com as contradições de seus discursos e narrativas. Na mitologia não encontramos uma metodologia e rigor em suas explicações. A filosofia, por outro lado, trata de problematizar o porquê das coisas de maneira universal, isto é, na sua totalidade. Baseia-se numa reflexão radical, total e rigorosa da realidade. A filosofia não admite contradição, exige lógica e coerência racional em suas explicações sobre o mundo. A ciência é uma forma de conhecimento que procura descobrir como a natureza "funciona", considerando, principalmente, as relações de causa e efeito. Nesse sentido, pretende buscar o conhecimento objetivo da realidade, isto é, que se baseia nas características do objeto, com interferência mínima do sujeito. Desse modo, a ciência se propõe objetiva, rigorosa, metódica, investigativa na busca pela verdade e de um conhecimento válido e verdadeiro do mundo e do homem.

PLANO DE ESTUDO TUTORADO 1 - 1ª SEMANA - 1º ANO DO ENSINO MÉDIO - SOCIOLOGIA

O que é Sociologia?
A Sociologia é uma das ciências humanas que tem como objeto de estudo a sociedade, a sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos, instituições e associações. A Sociologia estuda os fenômenos sociais, compreendendo as diferentes formas de como se constrói as sociedades e suas culturas.
A Sociologia surgiu como ciência no decorrer do século XIX, como resposta aos desafios que estavam surgindo na sociedade moderna. As Revoluções Industrial e Francesa foram muito importantes para o surgimento da Sociologia. Por meio delas se iniciou uma nova era no mundo, com novas formas de organização social. A Sociologia nasce, então, para compreender as novas formas das estruturas e organizações sociais.
O fundador da Sociologia foi Auguste Comte, pensador francês, que pretendia unificar todos os estudos relacionados ao homem (História, Antropologia, Psicologia, etc.) nessa nova ciência. Todavia, os principais pensadores que contribuíram para o desenvolvimento da Sociologia como ciência foram Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber.
Qual é o campo específico da Sociologia?
Para entender os elementos essenciais da sociedade em que vivemos, os sociólogos procuram dar resposta a questões como estas:
Ø    Por que as pessoas pensam de uma forma e não de outra?
Ø    Por que nos relacionamos uns com os outros de determinada maneira, normalmente padronizada?
Ø    Por que existe tanta desigualdade e desemprego em nosso cotidiano?
Ø    Por que existem a política e as relações de poder na sociedade?
Ø    Quais são os nossos direitos e o que significa cidadania?
Ø    Por que existem movimentos sociais com interesses tão diversos? Esses movimentos são revolucionários ou apenas reformadores?
Ø    O que é cultura? Qual a relação entre cultura e ideologia? Como elas estão presentes nos meios de comunicação de massa?
Desse modo, a sociologia nos ajuda a entender melhor essas e outras questões que envolvem o nosso cotidiano, sejam elas de caráter pessoal, grupal, ou, ainda, relativas à sociedade à qual pertencemos ou a todas as sociedades. Mas o fundamental da Sociologia é fornecer-nos conceitos e outras ferramentas para analisar as questões sociais e individuais de um modo crítico e sistemático, possibilitando-nos alcançar um conhecimento mais preciso da sociedade.
O processo de socialização
O processo pelo qual os indivíduos formam a sociedade e são formandos por ela é chamado de socialização. As relações sociais é o que caracteriza o processo de socialização. Ainda que cada pessoa tenha sua individualidade, esta se constrói no contexto das relações sociais.
O que nos é comum
O ser humano é um ser de relação. Não podemos negar isso. Desde o nascimento, aprendemos a relacionar e conviver com um mundo externo a nós. Em nosso desenvolvimento humano passamos a conhecer pessoas, lugares, adotamos costumes, tradições, vamos percebendo que existem uma infinidade de coisas ao nosso redor.
Portanto, temos elementos comuns que fazem parte da nossa vida que é esse processo de conviver com a família e com os vizinhos, de frequentar a escola, de ver televisão, de passear e de conhecer novos lugares, coisas e pessoas. Esse processo compõe um universo cheio de faces no qual vamos nos socializando, isto é, vamos aprendendo e interiorizando palavras, significados e ideias, enfim, os valores e o modo de vida da sociedade da qual fazemos parte.

As diferenças no processo de socialização
Entender a sociedade em que vivemos significa saber que há muitas diferenças e que é preciso olhar para elas. É muito diferente nascer e viver numa favela, num bairro rico, num condomínio fechado ou numa área do sertão nordestino exposta a longos períodos de seca. Essas desigualdades promovem diferentes formas de socialização.
Ao tratar de diferenças de socialização, temos também de vê-las no contexto histórico. Por exemplo: a socialização de hoje é bem diferente da dos anos 1950. Em 1950 a maioria da população vivia na zona rural, nos dias de hoje a maioria das pessoas moram em centros urbanos e são influenciadas pelos avanços tecnológicos.
Outro exemplo: em alguns países da África, as pessoas são vítimas das guerras e da fome. No continente asiático temos uma quantidade enorme de pessoas convivendo em um pequeno território.
Essas condições de vida das pessoas em uma sociedade revelam os diferentes tipos de socialização. A socialização de uma criança que vive em guerra será bem diferente da de uma criança que vive num ambiente pacífico.
Tudo começa na família
O nosso processo de socialização tem como ponto inicial a família. A família é o espaço onde acontecem as primeiras relações sociais. É o ambiente onde aprendemos a obedecer a regras de convivência, a lidar com a diferença e a diversidade.
Os demais espaços de socialização são a escola, a igreja e a comunidade do bairro, os meios de comunicação em massa (televisão, rádio) e demais lugares que frequentamos em nosso cotidiano.
Fonte: TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

ATIVIDADES:
Atividade 1- A sociologia é uma ciência criada no século XIX, em um contexto de grandes mudanças sociais e econômicas, com a explosão da revolução industrial e amplo progresso das ciências. Qual é o objeto de estudo da sociologia?
a) Analisar os fenômenos sociais.
b) Estudar o passado do homem.
c) Estudar as plantas e os animais.
d) Analisar as sociedades primitivas.
Resposta: a
Atividade 2 - Além da Revolução Industrial, qual é a outra revolução que contribuiu para o surgimento da sociologia?
a) Revolução Gloriosa
b) Revolução Francesa
c) Revolução de Avis
d) Revolução Americana
Resposta: b
Atividade 3 - O que é fugir do senso comum?
a) Pensar igual a todos, buscando não se diferenciar da opinião da maioria.
b) Buscar formas mais elaboradas de pensar, tentando ver os diversos lados da questão analisada.
c) Tentar criar explicações que justifique uma posição preconceituosa.
d) Pensar por conta própria, sem levar em conta opiniões externas.
Resposta: b
Atividade 4 – Quem é considerado o fundador da sociologia?
a) Emile Durkheim
b) Max Weber
c) Auguste Comte
d) Karl Marx
Resposta: c
Atividade 5- Quais são os principais autores clássicos da sociologia?
a) Marx, Freud e Durkheim.
b) Marx, Weber e Durkheim.
c) Freud, Newton e Dalton.
d) Freud, Newton e Marx.
Resposta: b
Leia o texto e responda as atividades 6, 7, 8 e 9.
O “menino selvagem” de Aveyron
A 9 de Janeiro de 1800, uma criatura estranha surgiu dos bosques perto da aldeia de Saint Serin, no sul de França. Apesar do seu andar ereto, parecia mais um animal do que um ser humano, embora tenha sido de pronto identificado como um rapaz de onze ou doze anos. Expressava-se por guinchos, emitindo gritos agudos. Aparentemente, o rapaz não sabia o que era higiene pessoal e aliviava-se quando e onde era sua vontade. Foi entregue às autoridades locais e transportado para um orfanato das redondezas. No início, tentava fugir constantemente, sendo capturado com alguma dificuldade. Recusava-se a usar roupas, que rasgava mal o obrigavam a vestir. Nunca ninguém apareceu a reclamar a sua paternidade.
A criança foi sujeita a um completo exame médico, que concluiu não existirem deficiências de maior gravidade. Quando lhe foi mostrado a sua imagem refletida num espelho, apesar de visualizar uma imagem, não se reconheceu nela. Certa vez, tentou agarrar uma batata que viu refletida no espelho (quando na realidade a batata estava a ser segura por trás da sua cabeça).
Depois de várias tentativas, sem que tivesse virado a cabeça, apanhou a batata alcançando-a por trás do ombro. Mais tarde o rapaz seria levado para Paris e foram feitas tentativas sistemáticas de o transformar “de animal em humano”. O esforço só em parte foi um sucesso. Ensinaram-lhe a usar a casa-de-banho, passou a aceitar usar roupas e aprendeu a vestir-se. Continuava, contudo, com um grande desinteresse por brinquedos e jogos, e nunca foi capaz de dominar mais do que algumas poucas palavras. Pelo que podemos saber, com base na descrição detalhada do seu comportamento e reações, isto não acontecia por ele ser mentalmente desfavorecido. Parecia incapaz ou sem vontade de dominar o discurso humano. Poucos progressos fez e acabou por morrer em 1828, com cerca de quarenta anos de idade.
Naturalmente, temos de ser cuidadosos na interpretação de casos deste gênero. É possível que se tenha dado o caso de se tratar de uma deficiência mental não diagnosticada. Por outro lado, é possível que as experiências a que esta criança foi sujeita lhe tenham infligido danos psicológicos impeditivos de dominar práticas que a maioria das crianças adquire em tenra idade. Há, no entanto, semelhanças suficientes entre este caso histórico e outros que foram registrados para que possamos sugerir o quão limitadas seriam as nossas faculdades na ausência de um longo período de socialização primária.
Anthony Giddens, “Sociologia”, Fundação Calouste Gulbenkian
Atividade 6 - Segundo a experiência relatada no texto e os conteúdos estudados na disciplina de sociologia neste bimestre podemos afirmar que:
a) A personalidade do indivíduo é uma herança genética transmitida de pais para filhos.
b) Para um indivíduo obter os modos e costumes ele precisa ser influenciado por um grupo social.
c) Os homens não se diferenciam dos animais pela cultura que transmite aos seus filhos.
d) Que uma criança filha de casal chinês mesmo sendo nascido e criado no Brasil continuará se
comportando como um chinês.
Resposta: b
Atividade 7 - Por que a criança não desenvolveu as características que seriam de um indivíduo de sua idade?
a) A cultura é algo que é transmitida via convivência social.
b) Devido a provável falta de nutrientes que sua alimentação apresentava.
c) Devido ao fato de ser necessário se comportar como um lobo para viver entre eles.
d) Devido a alguma anomalia mental apresentada por esse indivíduo.
Resposta: a
Atividade 8 - No terceiro parágrafo do texto o autor afirma que: “...foram feitas tentativas sistemáticas de o transformar de animal em humano”. São características que distinguem os humanos dos animais, Exceto:
a) O fato dos humanos transmitirem cultura para sua descendência.
b) A capacidade de produzir e interpretar símbolos como a escrita.
c) O fato destes viverem em sociedade.
d) A capacidade de analisar seus atos, executar suas tarefas, planejar suas atividades e coloca-las em prática.
Resposta: c
Atividade 9 - O autor no texto aponta as seguintes explicações para o fato do garoto não conseguir se socializar totalmente, exceto.
a) Uma provável deficiência mental.
b) Possíveis traumas que a eventualmente o garoto pode ter sofrido em sua vivência na selva.
c) O fato de serem limitadas as nossas faculdades mentais longe do convívio social.
d) Provável violência sofrida por esse garoto por parte dos humanos.
Resposta: d

terça-feira, 9 de junho de 2020

O NASCIMENTO DA FILOSOFIA

Os historiadores da Filosofia afirmam que ela tem data e local de nascimento, ou seja, a Filosofia, a qual estudamos, nasceu na cidade de Mileto, uma das colônias da Grécia antiga, no final do século VII a.C. e início do século VI a.C. A Filosofia teve como primeiros pensadores: Tales de Mileto, Pitágoras de Samos e Heráclito de Éfeso. O termo Filosofia significa (do grego philos, “amor”, “amizade”, e sophia, “sabedoria”) amor pela sabedoria ou amizade pelo saber.

Alguns pensadores defendem que a Filosofia nasceu de uma ruptura radical com o pensamento mítico, outros, porém, argumentam que o surgimento da Filosofia se deu num processo gradual da passagem de uma consciência mítica para o pensamento racional. Nesse sentido, a consolidação do pensamento filosófico foi se dando ao longo do tempo, ou seja, a Grécia passou por transformações sociais e políticas que possibilitaram a passagem do mito para a reflexão filosófica.

Desse modo, a nova visão de mundo e de ser humano resultou de alguns fatores como: as viagens marítimas, que permitiram aos gregos conhecer outros lugares e formas de explicação do mundo; a invenção do calendário que permitiu ter uma nova percepção do tempo, não mais ditado pela força divina e sobrenatural; a invenção da moeda que trouxe uma maior capacidade de abstração e generalização e aperfeiçoamento do comércio; o desenvolvimento da vida urbana (a pólis) contribuiu como espaço de debates políticos, de discussão e diálogo, de trocas comerciais, de encontros de diferentes visões de mundo; a utilização da escrita, o que trouxe a possiblidade de maior abstração e reflexão aprimorada; e a invenção da política que permitiu a criação das leis (como forma de legislar, regular e ordenar a vida em sociedade) e o surgimento do espaço público, como espaço de debate e exposição de ideias, visando o desenvolvimento do discurso político. Enfim, todos esses fatores contribuíram para que a Filosofia se constituísse como nova forma de entender o mundo e as relações presentes nele.

A partir do nascimento da Filosofia, os primeiros filósofos buscaram problematizar sua realidade e explicar o princípio constituinte de todas as coisas presentes no universo, não utilizando mais um pensamento imediato e baseado nas crenças, mas um pensamento fundamentado no conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, da origem e causas do mundo e de suas transformações.

Portanto, a Filosofia surgiu quando alguns pensadores gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição mitológica lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos e as coisas da Natureza, os acontecimentos e as ações humanas podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer-se a si mesma.

Referências:

ARANHA, Maria L. de Arruda; MARTINS, Maria H. Pires. Filosofando: uma introdução à filosofia. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2016.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2013.

O nascimento da filosofia. Acesse: https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/o-nascimento-da-filosofia/